sábado, 9 de agosto de 2014

AS MÃOS DE MEU PAI


                         AS MÃOS DE MEU PAI


As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis
sobre um fundo de manchas já cor de terra
— como são belas as tuas mãos —
pelo quanto lidaram, acariciaram ou fremiram
na nobre cólera dos justos...

Porque há nas tuas mãos, meu velho pai,
essa beleza que se chama simplesmente vida.
E, ao entardecer, quando elas repousam
nos braços da tua cadeira predileta,
uma luz parece vir de dentro delas...

Virá dessa chama que pouco a pouco, longamente,
vieste alimentando na terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gravetos e tenta acendê-los contra o vento?
Ah, Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos.

E é, ainda, a vida
que transfigura das tuas mãos nodosas...
essa chama de vida — que transcende a própria vida...
e que os Anjos, um dia, chamarão de alma...

(Mario Quintana)

Mário Quintana foi um dos maiores poetas da língua portuguesa, em seu Poema - As mãos do meu pai - o poeta faz seu agradecimento ao seu pai, lindas palavras cheias de amor de filho para pai.

Aqui fica esta pequena homenagem a três pessoas que amo muito e são pais. São eles: meu pai Antonio Rubello, pai de meu filho David Vieira Lima.Foi um grande presente ter me escolhido para mãe. Sou feliz. Outro grande amigo.Agradeço muito a eles por fazerem parte de minha vida e felicidade. O poema é muito lindo! Eles cabem dentro desta homenagem. Obrigada mais uma vez! Um grande abraço.


   

   10 de setembro de 2014

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