domingo, 25 de janeiro de 2015

Alma

               Alma

...É espírito de uma alma boa que pousou sábado em sua casa.
Na parede branca da sala, no alto da janela à esquerda,
Quando olhei levei um susto.
Mas logo me lembrei de que seria a minha companheira.
A alma boa.
Ela voou, voou e pousou na parede do corredor branco do banheiro.
Quando foi mais tarde olhei um quarto fechado e escuro.
Adentrei. Olhando para uma cama.
Lá se encontrava o que eu precisava para dormir.
Assim foi.
Trouxe para meu quarto e coloquei no pulso.
As noites foram se passado. 
Comecei a dormindo sem medo.
Eu não acordava mais. Não entendia.
Era você borboleta cinza que trazia alguém muito especial.
Era a minha mãe?
Da terra?
Do céu? 
Melhor uma intercedeu para a outra.
São mães como eu. Entende.
São mães que se doam.
Mães românticas e poéticas.
Elas sabem que sou sua filha,
Precisava ser segurada pelas mãos.
O homem da casa viajara por um longo tempo.
Ele precisava partir.
Ele precisava estudar.
Ele deixou o maior. 
Deixou a donzela a sonhar em uma casa,
Onde nunca aos 54 anos ficara só.
Ele confiou muito na donzela e foi despreocupado.
O medo que antes aumentava e não dormia,
Agora, foi embora junto com a borboleta.
Foi voar em outros ares e levar o grande amor.
Dias passou.
Quando de repente lembrara,
Um rosário no punho que entrelaçava.
 A partir daquela alma que a visitava.
Visitava nas noites de silêncio,
Onde só as folhas se falavam.
O zumbido do vento pelos cantos a cantar.
Até parece com as ondas do mar que ouvira
Ouvira ao deitar-se na areia molhada e o sol a brilhar.
A solidão do silêncio,nas noites a só.
O medo que antes invadia a mente,
Sem ele ao meu lado para ver filmes e bater papo,
Tomar vinho e comer queijo.
Sem ele para olhar no fundo dos olhos negros e estrábicos.
Ao redor de uma mesa quadrada de mármore.
Que saudade do amigo amado.
A alma que veio pousar na parede branca da sala.
Eu procurava pela casa e nada dela.
Então foi aí que percebi
Além do meu Jesus amado eu precisava de minha Mãe amada.
É por isto que uma família brilha nas noites escuras de solidão,
Quando podem os dois estar unidos.
Unidos no amor,
Unidos na oração,
Unidos no diálogo.
Unidos nos olhares.

 Quando isto aconteceu eu adormeci todas as noites de solidão.

Maria Aparecida Nunes Robello - 21-01-2015




Foto de Maria Aparecida Robello.

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